Gladiador (part. COY)

Eu boto a balaclava, dedo gatilho e bala trava
Puxo pino da granada, e ela explode na minha mão
Minha vida sempre foi assim, extremamente embaçada
Mas nada me para eu tenho foco na missão

Não me dou por vencido enfrentando o obstáculo
Dou direto nocauteio, não preciso de oráculo
O cálculo preciso tira minha margem de erro
Pra que eu seja honrado no dia do meu enterro

Dane-se sua imagem falsa, eu não preciso usar dread
Minha paz interior é vencer o que me impede
Pede pra parar e grita, quem na hora aqui sucumbe
Isso é vida real não só vídeo de YouTube

Eles falam que eu sou punk grosso e mal humorado
Só quero que cale a sua boca e me deixe de lado
Não aguento ouvir asneira de molequinho mimado
Defendendo o que não vive, hipócrita alienado

Vocês não sabem de nada que eu tive que enfrentar
Minha história é de verdade eu não tive que inventar
Ao ventar a areia grossa tampando minha visão
Chorei lágrimas de sangue visando meus pés no chão

De cobra venenosa foi meu habitat natural
DMAA me deu gás mas não paciência pra aturar o
Problema e sem esquema derrubei quem me estragava
Engasgava, mas quebrava o braço que me esganava

Me enganava até o dia que eu encontrei a luz
Deus me mostrou o caminho e me livrou de urubus
Livros me deram o norte pra eu me reencontrar perdido
E os horrores dessa vida venci como um inimigo

Os valores invertidos eles me causam vertigem
Então neles boto fogo e transformo em fuligem
Ligeiro contra ataco tomba aqui quem é fraco
Faço o que posso o que me impede deixo em pedaços

Eu sou um gladiador
Que joga na grade a dor
Trancando com cadeado
Mas então cadê a dor?

Mandei pra longe
Sem paz de monge
Ninguém aqui se esconde
Não pegue andando o bonde

Ergui o coliseu com livros fiquei livre e percebi
Incentivos no rap, quesitos pra ser MC
Idolatrar terroristas, dopar a mente dos moleques
Drogas, na Pista, fuma back, sua opção pra ser do rap

Essa não é minha a visão, muita lorota de drogado
Canonização Chorão, Sabota, ídolos noiados
A tropa é Arlindo Lucio, Geraldo e Baeta
Três heróis brasileiros temidos pelo capeta

Meus heróis morrem na guerra os seus de overdose
Sou contramão da alienação, Vodol contra micoses
Que as vozes não clamam pela Juliane combatente
Era dama, negra, lésbica e só Marielle está presente

Dividem pra dominar mas os meus são orquestrados
Pra ostentar diplomas, medalhas e doutorados
Drogados falam o diabo veste farda, no argumento
Até tentou, mas não suportou um dia de treinamento

De gladiador moderno de caneta e caderno
De bereta no inferno e punhos feito marreta
Da sarjeta para o terno na caverna eu hiberno
Acaba o inverno, sai urso de farda e escopeta

Faz careta e xinga na net é louco por treta
Treta resolvo no ringue, diretos peso carreta
Me vê, corta o efeito da pinga e da Cannabis
Sativa, e esconde no barril feito o Chaves

Ativa contra buscas militares pela maneira
Que pedem documentos olham mochilas de estudantes
Os Mikes pedem a identidade os ratos batem carteiras
E criticam o lado que dá like e apoiam assaltantes

Eu colho o que plantei no arado
Semeado com suor e com labuta
Só não lembro de um dia ter plantado
Os esquerdistas, bando filhas da puta

Eu sou um gladiador
Que joga na grade a dor
Trancando com cadeado
Mas então cadê a dor?

Mandei pra longe
Sem paz de monge
Ninguém aqui se esconde
Não pegue andando o bonde

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