Ronda
Eron Vaz Mattos / Zulmar Benites
Não sei se um tento do catre
Que cortou me desconforta
Ou se a lua que andejando
Olha entre a quincha e a porta
Talvez tentando aclarar
Alguma ilusão já morta
Tremulam os fios da crina
Do meu rancho idolatrado
Dança a luz da lamparina
Neste templo enfumaçado
Onde a gaita do silêncio
Abre o fole do passado
Inquietude do meu cusco
Vai e volta até o portão
Se enrodilha, abre buracos
Junto as cinzas do fogão
Talvez ouvindo escaramuças
Dos potros da solidão
Cruza um astro caborteiro
Estaqueado nesta tela
Veludo azul pontilhado
De lantejoulas tão belas
As Tres Marias me espiam
Pelas frestas da janela