Nostalgia de Domador

Ricardo Martins / Zeca Alves

Que pucha alma gaúcha companheira da existência
Nos resta manter a essência
Já que o corpo tem limite
E se o tempo nos permitir a lucidez da consciência
Ao longo dessa vivência
Eu tenho um olhar mais triste

Olhar profundo que guarda
Potradas com maestria
E a mais rude nostalgia
Do peito de um domador

Recuerdo sangrador
De um bocalzito sovado
Que muito me fez costado
Por isso entende essa dor

E até o silêncio das garras
Guarda a saudade sentida
Pois a rudeza da lida
Não limita o sentimento

Este xucro ensinamento
Provém da autenticidade
Mais vale sentir saudade
Que viver de esquecimento

Que pucha alma gaúcha de incomparável valor
Já que Deus vem no fiador
Amadrinhando a vivência
Cultivamos nossa essência e o dom da sinceridade
É dura a realidade
De quem mantém a aparências

A idade pesa no lombo
E a vida mais além
Quem muito quer pouco tem
E querendo pouco pra mim

Domei potradas enfim
Sem pensar em recompensa
Nostalgica diferença
Que me faz viver assim

E até o silêncio das garras
Guarda as saudades sentidas

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