Parceiro

Foi nas bandas de um agosto
Que o destino foi imposto
Tirando a força da alma
Morreu meu cusco ovelheiro
Meu cuscaço meu parceiro
Numa manhã fria e calma.
Em guerra, nas brincadeiras,
Não saia das trincheiras
Sem os dois na mesma carga
Atropelando no gado
São coisas do meu passado
Que nem o tempo me apaga
Fletes de pau e a infância
Que há tempos virou distância
No galpão do pensamento
Meu cachorro, meu amigo,
Que tinha o nome de bingo...
Era mais solto que o vento!
Éramos dois companheiros
Domadores, guerrilheiros!
Por pouco me desespero
Quando lembrei das peleia
Que nós “via” a coisa feia
Peleando com os quero-queros
Meu mundo de fantasia
1
Ficou pra trás nesses dias
Porque o tempo nos consome
Eu era um guri arteiro
Que os olhos do meu parceiro
Me viu guri depois homem
“O meu amigo se foi
Talvez foi pra correr boi
No campo santo divino
Meu amigo de verdade
Que ao lembrar-me da saudade
Dos meus tempos de menino”
Passou o tempo e não volta,
Meu ovelheiro da escolta
Um parceiro dessa vida
Era um grito ao meu comando
Que largava trabalhando
Bem mais que muitos da lida
Parece até que foi ontem
Quando cortava o horizonte
Na invernada do lagoão
Parecia uma tormenta
Agarrado pelas ventas
De um zebuzito gavião!
“Foi meu tempo de guri
E a serra do batovi
Num luto perdeu a luz
“Quem sabe um dia, amigão
Lá no céu, um boi fujão”!
Cochichei pregando a cruz”

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