Segundo Ato

Há de haver mais sentimento
Mesmo os dois num labirinto
Mesmo quando todo amor desmoronar
E um desatento decretar o amor extinto.


Basta ver no céu cinzento
Um disfarce do infinito
(Pois) Todo desenlace guarda quieto a contra-face do que cedo se desfaz.


Mas então pra que trancar no coração
Esse amor tão mal desfeito?
Esse teu veredicto é vão.
Por que não perdoar?
Por que não relevar,
E tentar outra vez me entender?


Sei que desse jeito amar será melhor.
Um segundo ato enfim.


Doce labirinto, infinito afeto.
Não crer jamais
No fim.


Amor incompleto não tem cabimento,
Melhor voltar
Pra mim.

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