Não Podemo Se Entrega Pros Home
O gaúcho desde piá vai aprendendo
A ser valente, não ter medo, ter coragem
Em manotaços do tempo e em bochinchos
Retempera e moldura sua imagem
Não podemo se entrega pros home
De jeito nenhum, amigo e companheiro
Não tá morto que luta, quem peleia
Pois lutar é a marca do campeiro
Com lança, cavalo e no peitaço
Foi implantada a fronteira deste chão
Toscas cruzes solitárias nas coxilhas
A relembrar a valentia de tanto irmão
E apesar dos bons cavalos e dos arreios
De façanhas, garruchas, carreiradas
A lo largo o tempo foi passando
Plantando novo rumo em suas pousadas
Vieram cercas, porteiras, aramados
Veio o trator com seu ronco matraqueiro
E no tranco sem fim da evolução
Transformou a paisagem dos potreiros
E ao contemplar o agora de seus campo
O lugar onde seu porte ainda fulgura
O velho taura dá de rédeas no seu eu
E esporeia o futuro com bravura