A Ronda
[Refrão: Filipe Ret]
Ret tá envolvido, nego, não fode. É a ronda!
Rap sem alma é que nem placebo: a gente até engole, mas não dá onda
[Verso 1: Filipe Ret]
Escrevo pra me sentir livre, irmão
Por egoísmo, quase que por obrigação
Pra dizer Tudubom, por desabafo também
Aqui não basta ser do bem. tu tem que ser bom
Tô na larica, tia, desce aquela empada
E um Guaravita, fortalecendo a vagabundagem
Atividade máxima ainda cedo dá
Pra resolver uns trampo pelo celular
Implacável como vento, eles são lento, rap não é convento
Mente ligada, venenosa levada
Dizer isso hoje não estragará nada
Que já não esteja podre a muito tempo
Eu e eu a sós, inimigo dos tira
Soltando a voz, calores e dores, em cada rima
E se toda vitória é forjada
Sejamos nós os autores da maior mentira
Não existe "não dá". já escolhi meu lado
To com uns maninho do lado rá com o fino apertado
Às vezes a gente tem que atirar
Um tripulante ao mar pra salvar o destino do barco
Caguei pra sua faminha, pro seu status
Minha marra é pelo orgulho daquilo que faço
Persistir é pouco. é mais do mesmo
Persista ao extremo e aumente suas chances de êxito
[Refrão]
[Verso 2: Nocivo Shomon]
Sem clone no microfone pique Tony Montana
Na luta ataque letal como uma abelha africana
Levada espada insana decepa puto a paisana
Vim cobrar quem tá devendo igual máfia siciliana
Lobo se veste de ovelha vacilão não me engana
Tiro o sono dos pipoca igual coca boliviana
Claro que eu quero grana mas sem vender meu valor
Cansei de ouvir tanta besteira resolvi tocar o terror
Só quem não abandonou segue a luta em cada flow
Os bico gela quando escuta a favela gritar how!
Não acabou nós tamo apenas no começo
Chega com cache do show mas meu caráter não tem preço
Combatente sobrevivente do Vietnã
Sou de onde a vaidade fabrica mais Talibã
Papo reto dialeto concreto que nem cimento
Com Ret no fechamento Shomon lapida o talento
A massa pede sucesso mas trago conhecimento
Onde esquecem o compromisso escrevendo sem sentimento
Mente vazia, que lota a bilheteria
No mercado que premia poeta sem poesia
Sintonia, na seda que sede a brisa
Compondo enquanto queimo o que os verme não legaliza
Minha revolta é precisa avisa mano que eu não vou correr
Se não sabe sua missão melhor rever o seu viver
[Refrão]