Divino Caos
Somos sós, mas não estamos sós
Somos água corrente
Somos pedras que rolam
Átomos conectados por eletricidade
Do material ao imaterial
Tudo que passa deixa algo e leva algo
Num movimento que é capaz de transformar
O universo gira do caos e do silêncio
E a paz da explosão, do som
Somos matéria cósmica e divina
Material em putrefação
Criando e destruindo
A cada segundo aqui
Do etéreo às cinzas
Do profano à luz
O que nos perpassa em vida
Fica e desaparece
Resignifica e se vai com o universo
Como um sopro, como chuva num vulcão
Somos um em um trilhão
Átomos organizados
Atirados, espalhados e reutilizados
Um minuto é muito
Uma vida é muito pouco
Desintegralmente integrados
Nesse divino caos
Em um mergulho de volta ao útero
Na placenta do mar local
Um impulso nos sabores, cores e odores
Da raiz mais radical
Da pequenês do universo
À infinitude celular
Uma migalha, um próton
De um grão ao pão
Explosão coletiva
Tudo enormemente cerebral
Não há bem, não há mal
Apenas esse divino caos
Não há bem e não há mal
Apenas esse divino caos
Não há bem e não há mal
Ninguém é especial
É inevitável
Somos um só, conectados ao divino caos
Divino caos