Pialo do Boi Brasino
Toda vez que encilho o pingo e aos tentos prendo o meu laço
Sinto no peito o guascaço, ao me lembrar de onde veio
Oigalê que tombo feio, eu dei naquele brasino
Cumpriu-se assim o destino, certa manhã de rodeio
Na estância havia um turuno, brasino, chucro e matreiro
E não havia tropeiro, que levasse ao matadouro
Tinha imponência de touro, este filho da querência
Mas eu botava tenência, pensando naquele couro
Já se fechava o rodeio e foi justamente quando
Eu até ia pensando, no meu incerto destino
Neste momento o brasino, bufou saiu campo afora
E eu disse vai ser agora, que tu me pagas teatino
Fui palmeando o meu laço e atirei de sobre lombo
Nem quis escutar o tombo, quando o meu laço estirou
Por certo que se quebrou, disse ao vê-lo patalhando
Era o rio grande ensinando, os contos do meu avô
Do seu couro eu fiz um laço, trançado a gosto e preceito
Por Deus que carrego jeito, daquele guapo teatino
Eu também tenho um destino, mas dele não me receio
Embora seja mais feio, que o pialo do boi brasino