Vida Noturna
Acendo um cigarro molhado de chuva até os ossos
E alguém me pede fogo, é um dos nossos
Eu sigo na chuva de mão no bolso e sorrio
Eu estou de bem comigo e isso é difícil
Eu tenho no bolso uma carta
Uma estúpida esponja de pó de arroz
E um retrato meu e dela
Que vale muito mais do que nós dois
Eu disse ao garçom que quero que ela morra
Olho as luas gêmeas dos faróis
E assovio, somos todos sós
Mas hoje eu estou de bem comigo e isso é difícil
Ah, vida noturna, eu sou a borboleta mais vadia
Na doce flor da tua hipocrisia