O Narrador Gago
Assisti à poucos dias uma festa de peão
Numa cidade vizinha lá na minha região
Era rodeio pesado só de campeão
O berrante anunciava a grande competição
O locutor Donizete
Com a sua maestria
Anunciava entusiasmado
Era assim que ele dizia
Ô minha gente
Depois da abertura começa o nosso espetáculo
E em nome da comissão
Quero alertar aos senhores aviadores
Por ter eles juiz do rodeio
Os palhaços salva-vidas e os madrinhadores de pista
Vamos chegando moçada, é hora de trabalhar
A plateia aguardava com grande euforia
A sequência do rodeio e das montarias
Donizete anunciou que prosseguir não podia
Porque algo inesperado naquela hora sentia
Se alguém o substituísse
Ele então implorou
Um moço lhe atendeu
E assim se apresentou
Gago
Ô minha gente
Eu nunca narrei em festa de peão
Mas hoje ele me jogou nessa gelada
Eu vou ser obrigado a narrar
A confusão foi formada e todos percebiam
O tal moço era gago e nem falar podia
No meio da multidão só vaia se ouvia
O gago fazia careta e sua voz não saía
O povão foi ao delírio
Em ver o gago em desespero
Soltou o terceiro cavalo
E o gago estava no primeiro
Gago
Atenção peão já taí apertando a barrigueira
Atenção que já vai saí
Atenção que já vai abri porteira
E pode guardá o primeiro cavalo