Metendo Espora e Soitera
Parcera véia faz um mate bem cuiudo
Que hoje é domingo vou ficar em roda de ti
Segunda-feira vou domar uns corneudos
Numa estância grande lá do Itacuruí
Até nem sei quantos dias vou tirar
Me vou pra lá tu fica c’os guri
Se você achá falta de mim pá tomá mate
Não te aborreça não comece matutá
Tu sabe bem que eu só vivo de biscate
É poca renda e tenho os fio pra criá
Já tá chegando o aneversário de Pedrinho
E o pobrezito perguntou o que eu vou dá
Não te apreocupa que não é muita demora
Daqui uns dias eu já tô junto de voceis
Domo a potrada pego uns pila e vorto embora
Faço churrasco e pago as conta que tu feiz
Compremo um vinho bem gostoso pra tomá
E volto a domar só depois de folgá um mês
(Ô cosa buena, e aí vai sê gruda a festança lá em casa)
Em cima de um basto sou taura e não me atrapalho
Nasci pra da-lhe pau em égua caborteira
Lindo vê o maula me pateando os papagaio
Varzedo a fora numa estância da fronteira
Pois de minhas garras te garanto que não cai
Eu ganho a vida metendo espora e soitera
(Que vida véia abençoada, uma cosa crioula)
Vo te levá no povoado c’oas criança
Pra nós comprá ropa nova e uns calçados
Talvez até vamos trocá as aliança
Que se gastaro em nossos dedos calejados
Pra conservá o nosso amor puro e valente
Que eu te quero sempre de pé firme em meu costado
Não te apreocupa que não é muita demora
Daqui uns dias eu já tô junto de voceis
Domo a potrada pego uns pila e vorto embora
Faço churrasco e pago as conta que tu feiz
Compremo um vinho bem gostoso pra tomá
E volto a domar só depois de folgá um mês
(Daí a patroínha ficou facera, tchê)