Tâmu Aê
(Refrão)
Tâmu aê, vem pra ver, pode aproximar
Tâmu aê, uns tão pra ouvir outros pra escutar
Tâmu aê, vivendo das sobras do seu quintal
Colecionando feitos pra nós, isso é tão normal
Tâmu aê, mensagens em garrafas por oceano
Tâmu aê, plantando as sementes, se organizando
Tâmu aê, filtrando veneno pra ter suflair
Sorrindo sem nada, imagine quando for pra ter
Tamo contra o fluxo, me leva vida que nós somos vadios
Caravana cigana na ambição dos corações vazios
Se o veneno era a gente mesmo, nem precisava os demais
Cada mente é uma ilha, eu criei meu próprio alcatraz
À flor da pele, nós somos tormento e já fomos sereno
Se a chuva cai, então que ela venha junto com o vento
Meu povo se adapta a tudo, que nada vem fácil, aprendemos com o tempo
E não vamos de vítima e nem de amor, nossa lágrima é igual cimento
Fizemos da vida um filme, aguenta o frio na barriga
Que a história fala por si, alguns fazem do filme a vida
‘Tamo’ a cem, não temos mais tempo a perder esperando ninguém
Se a rádio não tocar, nós vamos tomar aquele velho navio Honey Baby, vem
O momento é resgate, o RAP foi crime, já foi junkie, festa
Os amigos chegaram trazendo a mensagem, mas virou palestra
Nós seguimos a cultura do agora, eu sei que o amanhã pros menores é promessa
Urgência é pra hoje, papo é futuro, irmão aguarda pra véspera
(Refrão)
Tâmu aê, vem pra ver, pode aproximar
Tâmu aê, uns tão pra ouvir outros pra escutar
Tâmu aê, vivendo das sobras do seu quintal
Colecionando feitos pra nós, isso é tão normal
Tâmu aê, mensagens em garrafas por oceano
Tâmu aê, plantando as sementes, se organizando
Tâmu aê, filtrando veneno pra ter suflair
Sorrindo sem nada, imagine quando for pra ter
Uns falam: “teu RAP me acalma, irmão: ” Nunca foi minha intenção"
Sou tipo funk terrorista, bonde do Afeganistão
Lembra o Frank das antigas antes do som de ostentação
Sou relíquia, Menor do Chapa e MC Sapão
Vim da norte tipo samba, sou Luiz Carlos da Vila
Minha história é o meu som, Voltmix minha trilha
Perdidão, eu pus um boombap no fone, depois o mundão nunca mais foi igual
Meu carrinho era lei, o Rakim era rei, câmbio negro chegou, efeito colateral
Quieto, não sangra na sala, junta os pedaços e volta pro quarto
Que teu pai quer futuro, só fala de estudo e tu sonha com golpe de estado
Se pecamos, a vaidade dos porcos, nós cobramos a pureza dos atos
Libertamos demônios na vida privada e a piscina anda cheia de ratos
Foram tempos difíceis, não pra nós, Nós Somos A Crise
O RAP é a voz, o show é nós, o croud, os sóis pelas marquises
Nós vingamos os que vêm de longe, que a estrada te faz refém
Meu som cruzou as modas, entendi, respeito é pra quem tem
(Refrão)
Tâmu aê, vem pra ver, pode aproximar
Tâmu aê, uns tão pra ouvir outros pra escutar
Tâmu aê, vivendo das sobras do seu quintal
Colecionando feitos pra nós, isso é tão normal
Tâmu aê, mensagens em garrafas por oceano
Tâmu aê, plantando as sementes, se organizando
Tâmu aê, filtrando veneno pra ter suflair
Sorrindo sem nada, imagine quando for pra ter
(Ramonzin)
Tem que ter o contexto mas, liga no contexto
Emancipando as vontades mesmo preso aos defeitos
Nos altos de inventário é um amarfanhado de letras
Revelando um dossiê sobre mágoas trancadas em gavetas
São muitas tretas, são muitos tratos, é muita luta, são muitas contas
Sai da minha reta, filho da puta, hoje eu tô por conta
Um verso a cada dia pra cada uma das manias
Complexos camuflados na interação social por vias
De por vias e esquizofrenia
Alimentando esse ego de puro apetrecho que induz o apego
Rendendo ao capricho nessa revolução dos bichos
Tô vendo o declínio, anjo e demônio são inquilinos
Sem norte dos trópicos, sistema e seus tópicos
Deletando seu destino por ausência do sentido próprio
E a corda do pescoço, paladar cada vez mais insosso
Procurar soluções é comum? É hora de reforçar nosso jejum
(Refrão)
Tâmu aê, vem pra ver, pode aproximar
Tâmu aê, uns tão pra ouvir outros pra escutar
Tâmu aê, vivendo das sobras do seu quintal
Colecionando feitos pra nós, isso é tão normal
Tâmu aê, mensagens em garrafas por oceano
Tâmu aê, plantando as sementes, se organizando
Tâmu aê, filtrando veneno pra ter suflair
Sorrindo sem nada, imagine quando for pra ter