Vou-me embora pra Tapiramutá
Quando eu quis cultivar o nosso amor
Descobri que eu estava tão sozinho
Que o meu coração se fez caminho
Ao refúgio do meu interior
Um abraço, até logo Salvador,
Eu preciso de tempo pra pensar
Na saudade, nas noites de luar
Você não entendeu meu sentimento
Nem que seja no lombo de um jumento
Vou-me embora pra Tapiramutá
Ê saudade, ê saudade
Ê saudade, ê saudade
Este filho de um anjo com uma escrava
É a marca do sol no seu caminho
A ternura no colo do carinho
Afagando no berço a solidão
Para ser cada passo da canção
Pro meu ombro você poder sonhar
E depois, bem baixinho, me acordar
E ajudar a construir meu pensamento
Nem que seja no lombo de um jumento
Vou-me embora pra Tapiramutá
Ê saudade, ê saudade
Ê saudade, ê saudade
Quando a lua clareia nossa estrada
Quando a grota mergulha na poesia
Quando a nossa canção na noite fria
Quando somos o amor da madrugada
Quando a hora maior, mais esperada
Nessa hora eu quero te abraçar
Nesse dia eu quero gargalhar
Um sorriso de Deus no firmamento
Nem que seja no lombo de um jumento
Vou-me embora pra Tapiramutá
Ê saudade, ê saudade
Ê saudade, ê saudade