Déjà Vú

Todo dia é um instante,
Um espaço ausente aonde mora ninguém.
Outra folha caía,
Era a voz que cabia no silêncio refém.


Toda dor que se erguia
Era alguém que sabia que não sabia amar.
E cada vento que sopra
Transportava pro mundo, o que já devia estar bem.


É nesses dias que ninguém é herói.
Quando dói. Quando a chuva cai.
A outra dose parecia real e fez ficar tudo bem.


Naquela desordem, sombria e selvagem,
Cabia saber que o futuro não vem sem olhar pra traz.


O pensamento, suspenso, rejeitava, profundo, todo dia de sol.
Um pequeno intervalo preencheu de lembrança
E a garganta de nó.


Veio a farsa, no espelho,
E a verdade na face transbordando de si.
Era o tempo doente ou viver novamente.
Ou viver novamente.
Ou viver novamente como num déjà vu. Vê?


É nesses dias que ninguém é herói.
Quando dói. Quando a chuva cai.
A outra dose parecia real e fez ficar tudo bem.


Naquela desordem, sombria e selvagem,
Cabia saber que o futuro não vem sem olhar pra traz...


Vê como num déjà vu.

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