Cantos Perdidos

Saulo Baumgartner Mosna

Deixa eu pensar
Remoer e provar
Pra mim mesmo
O quanto dói


Deixa eu voltar
Me perder ao lembrar
O que o medo foi
Pra nós


E aos poucos assisto à minha vida
Em cenas perdidas, sem ordem
E aos poucos aceito que o dia
Já não é medida de tempo
E às vezes
Nem sempre
Eu posso acordar


Na minha mente
Ecoa um som
Tão presente
Na solidão


Persistentes
Não cessarão
Na minha mente
Ecoa um som
Que vai me libertar


Deixa eu sonhar
Perceber que não há
Uma só desilusão


Deixa eu vagar
Escolher onde andar
Nessa longa discussão


Delirando num conto febril
As lembranças se moldam
Sozinhas


E eu vejo o que quero
E não peço desculpas
Por cores que faltam
Na bela pintura
Que a voz me fez criar


Na minha mente
Ecoa um som
Tão presente
Na solidão


Persistentes
Não cessarão
Na minha mente
Ecoa um som
Que sempre esteve lá


Dançam memórias que trocam de par
Pra me confundir ao me ver chegar
E me convidar
Pra sempre


Já não me importa o que é real
Qualquer caminho me leva ao final


Nessa imensidão me perco
Ao despertar pela manhã
Passo o dia recordando
A vida que a noite traz
Noite traz
Noite traz


Na minha mente
Ecoa um som
Tão presente
Na solidão


Persistentes
Não cessarão
Na minha mente
Ecoa um som
Que nunca vai parar

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