O segundo sexo
É difícil ser uma pessoa trabalhadora ou à toa
Tem sempre déficit dúvida e delírio
Subidas íngremes demais
Súbitos fins e lágrimas
É duro ser o segundo sexo o primeiro o terceiro e todos os demais
Correr risco ser arisco sentir raiva
Ser bonzinho ser certinho sentir nada
Chuva rala ou furacão
Ir contra as pulsões ir contra os padrões
Pontapés e seduções
É duro ser o primeiro filho o caçula o do meio e todos os demais
Dor e amor prazer e pesar que reze todo mortal que se preze
Aos céus aos santos divindades pagantes pigmeus orixás
Viver é duro ofício não há gozo sem choro renúncia sofrer sacrifício
Pra ter paraíso é preciso sentir o vapor do inferno
Assim também as flores e cores da viva primavera
Só se abrem lilases felizes rosas amarelas e belas depois do inverno
É difícil ser uma pessoa trabalhadora ou a toa
Tem sempre déficit dúvida e delírio
Subidas íngremes demais
Súbitos fins e lágrimas
É duro ser o segundo sexo o primeiro o terceiro e todos os demais
Ser difícil fácil fútil descolado
Deslocado em dia útil feriado
Chuva rala ou furacão
Ir contra as pulsões ir contra os padrões
Pontapés e seduções
É duro ser o primeiro filho o caçula o do meio e todos os demais