Velho Catireiro

Roque José De Almeida / Teddy Vieira

Em mocinho eu gozei regalia
Do passado é que eu nunca me esqueço
Até o povo do bairro dizia
Mas que caboclinho esperto e travesso

Tô ficando véio sem valia
É verdade que eu reconheço
Obrigado a passar noite e dia
Sempre suspirando por quem não mereço
A curpada de tudo é a morena
Que não teve pena das dor que eu padeço

Em mocinho eu fui catireiro
No meu bairro eu não tinha rivár
A vantagem é que eu era sortêro
Sempre advertia e sabia gozar

Sempre junto com meus companheiro
Tinha outro prazer em cantar
Quando havia reunião dos violeiro
Era sempre as moça que ia julgar
Era tudo os prazer dos brotinho
De me pôr sozinho em primeiro lugar

Hoje eu faço só modinhas escrita
Nos assunto que bem me convier
O que sim faço modas bonita
Porque não costuma sujar o papér

Faço moda que as moça parpita
Dói no calo de arguma muié
Quando eu canto querem que eu repita
Cuidar tão certinho que um violeiro qué
Eu já canto meio entusiasmado
Com o peito empolado que nem coroné

Hoje em dia chego numa festa
O que eu faço ninguém nem carcula
Eu só canto modinhas que presta
Mas isso parece que pouco regula

Eu já bato meu chapéu na testa
Arreclame ninguém me adula
Quando eu vejo as mocinha em palestra
É sempre essas coisa que mais me encabula
Se eu pergunto o que tá conversando
Elas sai me chamando eu de véio especula

Nesta hora me dá um desespero
Mas conformo com o que elas diz
Se eu tivesse pensado primeiro
Eu nem na conversa não punha o nariz

Até fama de ser bão violeiro
Vou deixando pros meus aprendiz
Eu carrego bastante janeiro
Mas já fiz de tudo que no mundo eu quis
Hoje eu vivo no braço do pinho
Gozando o restinho da vida feliz

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