Finado
A tristeza no meu peito é quando a noite escurece.
Meus suspiro são dobrado, todas coisa me aborrece,
meu rancho ficou desfeito, o meu coração padece,
meu amor foi pra bem longe e nunca mais aparece.
Todo dia de Finado faço a minha penitência:
eu vou lá no povoado, rever a minha querência,
onde há tempo a minha amada terminou sua existência,
foi s'embora deste mundo, para outra residência.
Levo na minha bagage uma coroa de frô
com espinho da saudade, num coração sofredô.
Levo no peito a tristeza, lembrança do nosso amô,
oferecendo uma prece, com meu rosário de dô.
Ao saí do cemitério, sem querê meus óio chora.
Faço minha despedida e sozinho venho embora.
Acendo vela, rezando para Deus e Nossa Senhora,
que proteja a minha amada, no céu onde ela mora.