Doutor da Agricultura
Sou da terra da garoa, paulista de coração,
Sou fio de gente boa, sou rico de tradição.
Morei sempre na cidade, toda vida estudei,
Frequentando as facurdade, em toda ela me formei.
São Francisco, em Direito, lá no Rio em Medicina,
Engenheiro de respeito, formei no Estado de Mina.
O meu pai gastou dinheiro, estudei lá no Japão.
Vortando do estrangeiro, foi conhecer o sertão.
Eu senti aquele aroma que só no mato é que tem,
Enrolei o meu diploma, fiquei no sertão também.
Pendurei minha gravata, meu terno de casimira,
Troquei a minha sonata por uma viola caipira.
Troquei a roupa grã-fina por uma carça de brim,
O bafo da gasolina pelo cheiro do capim.
Colega que se formaro, dei a caneta de ouro,
Troquei o assento do carro por um arreio de couro.
Palacete mobiliado, eu botei ele à venda,
Mandei fazer um sobrado, hoje é sede da fazenda.
Da cabocla sou querido, minha vida é uma doçura,
E hoje sou conhecido, o doutor da agricurtura.