Festim

Tom Drummond

Quando o silêncio da noite escuta
Todo o barulho que a festa faz
Quando o escuro da noite enxerga
O brilho de vida que a festa lhe traz

Homens repartem
A conversa e o vinho
Tanta criança a correr brincar
Moças traduzem a canção em dança
E a dança se espalha por todo o lugar

Só um rapaz
Que o canto da festa escolheu
Por não saber dançar

Mas logo a moça
Que lhe deslumbra a visão
Estende a mão pedindo
Pra ser seu par

O que deve fazer
Se as desculpas lhe fogem
Sem razão
Ela então

Lhe arrasta pro meio de toda dança
E dança roubando qualquer olhar
Ele que a perna sozinha entrança
Implora que a dança lhe ensine a dançar

Perna esquerda a frente
A outra esquerda então
Queria arrancar alguma perna pra evitar a confusão

Ponha a mão na cintura
Na sua cintura não
Podia conduzir
Se alguém ao menos indicasse a direção

Se ele é desespero
Ela é diversão pois

Tanta volta e meia
Meia volta então
Depois de tanto giro ele para
Mas o mundo em volta não
Esbarra em todo mundo
Pra cada um perdão
De pouco em pouco a festa
Enxerga os dois que a vida fez contradição

Nela a dança é simples
Nele é confusão

Um passo pra aqui
Um giro pra lá
Um salto uma volta talvez
Na verdade é um giro daqui
Um passo de lá
Depois é a vez de saltar
Depois de insistir
De tanto tentar
O corpo se inventa na dança
E a dança inventa de lhe querer levar

Como nunca levou
Como queira levar
Foi difícil seguir
Como agora é parar
Orgulhoso de si
Vai levando a dança
E a dança lhe faz levar
Como nunca levou
Como queira levar
Foi difícil seguir
Como agora é parar
Toda a festa sorri
Assistindo um rapaz
Tão desengonçado a dançar

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