Elegia 2: Elegia dos Limites

Tom Drummond

É latente em mim
Essa conclusão
Que eu não posso reverter
Se arrastam em mim
As indagações
Que eu não posso preencher
Nessa procissão
Caminhando ao fim
Me consola entender
Há um bem maior
Logo vai cessar meu
Sofrer

Mãos que eu não sei reger
Passos que eu me vi perder
A dor anuncia o meu desprazer
Que chega a cada arfar
Se a vida aprisionou
O que em mim restou
Que a morte venha libertar
Nada mais virá

Eu não nego a vida
Dei vida ao que eu vi
E nenhum milagre detém meu querer
Eu vivi de encanto e é entre tantos
Que eu seguirei
Não há mágoas por levar
Só a ânsia de esperar
Um desfecho que me toma o chão
Por viver sem me poupar
Eu não temo o que virá
O que resta a mim será
Minha redenção,
Minha redenção

Mãos que eu não sei reger
Passos que eu me vi perder
A dor anuncia o meu desprazer
Que chega a cada arfar
Meu atos que esbarram no impossível ao nascer
E cada tentativa assombra o dom que perdi em vida

Tanta cor que a janela anuncia
Cada cor só realça a palidez que desmancha
A distância em vigor
Que vai colorindo a minha ânsia
E logo mais toda angustia que me torna escassa
Some com a grandeza que me abraça
Move a compaixão
Transforma, torna vasto o mundo que me adorna
E o que prevejo
Alça em meu desejo algo que desate as
Mãos que eu não sei reger
Passos que eu me vi perder
Cessam meus limites
Cumpram meus limites
Que não tardam a se render

Mãos que eu não sei reger
Passos que eu me vi perder
Sigo ao infinito e vou liberta dos
Limites que eu não soube ter

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