Ana
Ana fica se olhando no espelho
Abusa do batom vermelho
Não pensa em economizar
Óbvio as unhas não são empecilho
Com muito glitter muito brilho
Insiste em se iluminar
Por certo
A maquiagem é por conta dela
Quanto mais cor mais fica bela
Uma aquarela a se pintar
Mal sabe que por si só é colorida
E é colorindo a minha vida
Que continua a se arrumar
Ana que nunca erra no vestido
Escolhe um azul bem vivo
Que a mãe acaba de ganhar
Segue meticulosa no espelho
Se a barra vinha até o joelho
O chão acaba de encontrar
Eis que o mais temível acidente
Perspicaz pasta de dente
Foi em tanto azul se aventurar
Mas calma que ela sabe de improviso
Põe do avesso o vestido
Que ninguém mais vai reparar
Ana num gesto feminino nato
Vê em tanta bolsa e sapato
Um mundo pra se combinar
Claro, com esse detalhe eu não falto
Escolhe um belo salto alto
Que é pra crescer sem esperar
Eis que a mãe que antes estava ausente
Agora estava tão presente
Com uma pendência a castigar
Mas Ana com toda a sua experiência
Faz um pedido de clemência
Que não se pode recusar
Ana, Ana ... Ana, Ana