Baião do Samba Sem Mesa

Tó Brandileone, Vinícius Calderoni

O samba não veio pra festa
Deixou estampado na testa
De cada cristão em misto de ódio por desolação

Um drink de gringo na mesa, um gole de pinga no chão
Um tal de dizer que a beleza da nega Tereza
Já virou sabão
No bar do Jair toda sexta
O encontro dos bambas se alastra
Na fé Fa fez não, tomaram a rua, fecharam o portão
Era um tal de povo esquisito
Que só vê Noel no natal
No lugar do prato e da faca, só tem batissaca
Juízo Final
Mas ora hora, chega
Nessa de bom cristão
Roubaram nossa mesa, nossa cerveja
E nosso quintal virou cristal
De exportação
O samba não veio pra festa
Deixou estampado na testa
De cada cristão em misto de ódio por desolação
De cordão e terno de linho
Meu samba não faz sala não
Cansado de esperar sentado meu grito é dobrado
Pra pegar ladrão
Foi um reboliço danado
Eu vi Senador ensopado
De tiro e rojão, mulher e criança saindo na mão
A briga acabou felizmente com os bambas fazendo cerão
Foi tanto samba finado, que hoje enjoado
Eu canto baião
Quer se juntar a mesa?
Venha que o caldo é bom
Mas pra cantar de calo nesse terreiro melhor é
Só, descer, do, trem
Noutra estação

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