Elza Deusa Soares
Samba! Samba! Samba! (ê)
A voz da resistência impera
Salve a minha mocidade!
Com prazer sou elza
A flor da favela
Eu canto
Pra saciar esse meu apetite
E o pranto não silencia
O que sai da garganta
Da lama o verbo mais louco
Encontra a lata
E santa da água que faz aquarela
Voz de rouquidão singela
Passado… Que a ferro e fogo foi forjado
A carne mais barata do mercado
Fez de mim mulher menina
Sina… Tanto apanhar da vida
Beijo do destino, a sorte
Dor que me tornou mais forte
Virei a denúncia, o pé na porta
A decepção de quem não suporta
A voz dos sem voz, de gente sem nome
De tantas marias do planeta fome
Sou eu
Resiliência em meio a tantos nãos
Meu sobrenome é revolução
Eis aqui o teu avesso que aflora
Meu nome é agora
E agora nós vamos à luta
Quebrar as correntes
Tornar nossas nildas mais independentes
Ser crença e fé ser o que quiser
Sou a deusa dessa gente
Tenho a cor que incomoda
O revide inteligente
Dos que estão fora de moda
Sou a deusa dessa gente
Que das cinzas toma rumo
O poder em verde e branco
Pra sambar no fim do mundo