Retrato do Boi Soberano
No braço desta viola, quero contar quem eu sou
No meu tempo de menino, este caso se passou
Fiquei ciente da história porque meu pai me contou
O velhinho foi falando com a voz quase apagando
Do seus olhos marejando, duas lágrimas rolou
Meu filho, nunca duvide do poder do criador
O retrato de um boi preto nesta hora me mostrou
Esse boi é o soberano que um dia lhe salvou
Não me sai mais do sentido quando eu vi você perdido
Na hora fiz um pedido, e o milagre Deus mandou
Na cidade de Barretos, muita gente presenciou
O passar de uma boiada com destino ao matador
Repiquei o meu berrante quando a boiada estorou
Nesse momento tirano, você estava brincando
Quando o boi Soberano, na sua frente, parou
Os grito dos boiadeiro de muito longe escutou
A rua cobriu de poeira quando a boiada passou
Quem assistiu a passagem de emoção até chorou
Esse boi lhe defendia com tamanha valentia
Que até chorei de alegria, e o povo se admirou
Este caso do passado assim meu pai me contou
Do milagre acontecido eu fiquei conhecedor
Fui crescendo e fiquei moço hoje sou um cantador
Vou seguindo meu destino e por um milagre divino
Eu sou aquele menino que o Soberano salvou