Ruas

Otavio Bortoli de Arruda

Ah correndo o de briga
Minha briga comigo é sempre a mais foda
Por mais que termine, o mal sempre volta
E se eu mato o inimigo
Eu me mato interno
E se eu me interno
Eu levo ele nas costas
Meu pai sempre disse
Pra eu não entrar em briga
Que não era a resposta
Mas em casa tinha e ele era o motivo
Então sigo sozinho
Pois minha mão amiga esfaqueou minhas costas
Ouvindo vozes como se fosse código morse
Ecoando num quarto de hotel
Eu senti a chuva as neurose indo embora
E quando veio o sol e brilhou no meu céu
Hoje eu não ligo pra nada
Meu coração sem serviço
Sem tempo para isso
Jogado ao vento eu lembro que tenho compromisso
E uma mãe que ainda paga aluguel
Vivendo em pensamentos que chovem
Como último homem sendo mandado pelos que podem
Nem em casa eu me sinto em casa
Vícios e socorrem
Meu verso vivo é lembrado pelos que morrem
Invocando seres como totem
Minha mente é como uma família que sem cospem
Onde o pai ausente os filhos sofrem
Onde a mãe se mata e se a vizinha perguntar ta tudo em ordem
Só olhar pra lâmpada e quando espera o gênio
A tempestade sempre chama e lá fora eu não saio
Preso até o joelho pelo pântano
Me torno relâmpago
Você só planta sem para raio
Tudo que eu público vem do amago
Pesado demais pro seu estômago
Sempre bem olhado pelo público
Corda no pescoço como lamina
Nem babando ovo você vale pelo publico
Eu preciso expressar o que eu sinto
Sentindo como se isso aqui não existisse
Pensei que não persistisse
Olha quantas imagens, fui pra festa abrir meu zíper e olha quantas minas quis
Mas pra ela abrir meu peito e olha quantas cicatrizes, uh
O foda é que pra me curar queria mudar de vida
Tipo ontem conhecer o Emicida do backstage do Baco
Mas quando eu botei pro quarto, deitei e olhei pro teto
Porra, eu tô sozinho ainda
Quando ela sorriu a lua sorria, quando ela sofreu o meu peito sofria
Mas a alma tava viva, fui esperando se você e você só depositou decepção
Nas minhas expectativas, e a pressão da relação me levou até a depressão
E a sensação de ser um só foi nosso nó de ligação
E nos pensamos amiga vão dizer que nós não combina nada
Roupa, gente, estilo, voz ou vibração?
Mas o meu papel só não tem o dó, não sou violão Prefiro saxofone ou teclado No seu fone eu sou tocado
Você me traz angústia, eu faço música Isso é chumbo, trocado

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