Como Lima Barreto
Treze de maio
Nasceu Afonso Henrique, sem dinheiro
Pai operário
Perdeu a mãe pra mais um cativeiro
Vovó Quirina
Laçada em Moçambique por senhores
Veio menina
Ter muitos filhos e de várias cores
Lima Barreto,
Livre mulato
Viu com alegria a abolição,
E com nostalgia sofreu nova escravidão
Veio a República
Leis inimigas
Nas salas uma vasta comilança
Nas ruas, sem comer, crianças
Hoje esse povo
Que é mulato, branco e preto
Foi feito escravo
Tal como Lima Barreto
Que há muitos anos
Viu racismo em seus irmãos
Sou africano
Sei que ele teve razão
O burguês bebe champanhe
O herói bebe aguardente
E na vida, infelizmente
Quem não luta não é gente
Treze de maio