1986

Marcelo Alves

A calma que vaga sobre tua alma
asila minha mágoa torturante.
Certezas rasgam a imortalidade,
mares d´estrelas.


Veste um sorriso em meu rosto
e diz que tudo acabou bem
como havia me dito.
Eis um final honroso a ti,
alma fatigada de conquistas.
Agora, dormente se encontra
deitada sobre as nuvens,
preenchendo o vazio
da chuva que cairá sobre nós.


Noturnamente sinto
o frio da perda.
Algo que não sei
se poderei sentir novamente.
Faces frias e tão sem lógica,
egoístas.


Me diz* o quanto sou incapaz,
afirmando uma das únicas coisas
que nunca vou ter de volta...
A não ser um rabisco sobre a mesa,
lágrimas indecisas.


Prefiro esperar
que o abismo se feche,
e que o raio de luz
me mostre o caminho
das vidas onde nos perdemos,
das vidas onde poderei te encontrar.

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