Pão e Poesia
Felicidade é uma cidade pequenina
É uma casinha, é uma colina
Qualquer lugar que se ilumina
Quando a gente quer amar
Se a vida fosse trabalhar nessa oficina
Fazer menino ou menina, edifício e maracá
Virtude e vício, liberdade e precipício
Fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar
Se a vida fosse o meu desejo
Dar um beijo em teu sorriso, sem cansaço
E o portão do paraíso é teu abraço
Quando a fábrica apitar
Felicidade é uma cidade pequenina
É uma casinha, é uma colina
Qualquer lugar que se ilumina
Quando a gente quer amar
Não há paisagem entre o pão e a poesia
Entre o quero e o não queria, entre a terra e o luar
Não é na guerra, nem saudade, nem futuro
É o amor no pé do muro sem ninguém policiar
É a faculdade de sonhar, é a poesia
Que principia quando eu paro de pensar
Pensar na luta desigual, na força bruta, meu amor
Quem te maltrata entre o almoço e o jantar
Felicidade é uma cidade pequenina
É uma casinha, é uma colina
Qualquer lugar que se ilumina
Quando a gente quer amar
O lindo espaço entre a fruta e o caroço
Quando explode é um alvoroço que distrai o teu olhar
É a natureza onde eu pareço metade
Da tua mesma vontade escondida em outro olhar
E como o doce não esquece a tamarinda
Essa beleza só finda quando a outra começar
Vai ser bem feito nosso amor daquele jeito
Nesse dia é feriado, não precisa trabalhar
Pra não dizer que eu não falei da fantasia
Que acaricia o pensamento popular
O amor que fica entre a fala e a tua boca
Nem a palavra mais louca
Consegue significar felicidade
Felicidade é uma cidade pequenina
É uma casinha, é uma colina
Qualquer lugar que se ilumina
Quando a gente quer amar
Felicidade é uma cidade pequenina
É uma casinha, é uma colina
Qualquer lugar que se ilumina
Quando a gente quer amar