Maluco Beleza/ Trem Das Sete/ Gita (pot-pourri)
Num mundo com tantos loucos lúcidos
Tantos lúcidos malucos, né
Um grande abraço pro Raul
Enquanto você
Se esforça pra ser
Um sujeito normal
E fazer tudo igual
Eu do meu lado
Aprendendo a ser louco
Um maluco total
Da loucura real
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com a minha lucidez
Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Vocês juntos agora
Esse caminho
Que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
Por não ter onde ir
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com a minha lucidez
Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com toda certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com toda certeza
Maluco beleza
Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem
Ói, ói o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho éon
Ói, já é vem, fumegando, apitando
Chamando os que sabem do trem
Ói, é o trem, não precisa passagem
Nem mesmo bagagem no trem
Agora todo mundo comigo
Quem vai chorar?
Quem vai sorrir?
Quem vai ficar?
Quem vai partir?
Pois o trem está chegando, tá chegando na estação
É o trem das sete horas, é o último do sertão
Do sertão
Ói, olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar
Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas
Dos anjos e dos guardiões
Ói, lá vem Deus
Deslizando no céu entre brumas de mil megatons
Ói, olhe o mal, vem de braços e abraços
Com o bem num romance astral
Ou
Amém
Amém (amém)
Amém
Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado
Beleza
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda, é, é
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar
Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou
Agora bem forte comigo todo mundo
(Gita! Gita! Gita! Gita! Gita!)
Eu sou o seu sacrifício
A placa de contramão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada
Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
De fogo (do fogo) da água (da água) e do ar
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim
Das telhas, eu sou o telhado
Vocês
A pesca do pescador (do pescador)
A letra A tem meu nome, é
Dos sonhos, eu sou o amor
Agora bem forte
Eu sou a dona de casa
Nos pegue-pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo
(Gita! Gita! Agora todo mundo comigo bem forte, vamo lá
Gita! Gita! Gita!)
Eu sou a mosca da sopa, é isso ai
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão
Ou
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
Vocês
O início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio