Conto Breve
Silvestre Kuhlmann
Como conto que se conta brevemente,
Como sombra que se vai ligeiramente,
Como sopro que se abranda e logo cessa,
Como relva que floresce e cedo seca;
Assim passa a vida da gente.
Como nuvem que se desfaz e passa,
Como brasa que fumega e se apaga,
Como caminho curto, curta estrada
Que nem bem começa e se cruza a chegada,
Nossa vida passa de repente.
Que o caminho seja o mais belo,
Que a relva seja a mais verde,
Que o conto semeie eternidade,
Que a brasa ilumine, que a nuvem deságüe;
Que o poeta faça valer a pena,
Que a alma não seja pequena.