Interseção
Sérgio Santhiago
As vezes parados
Numa linha imaginária
De uma luz planetária
As vezes parados
A beira de uma estrada
Num lugar qualquer
O que fazer agora
Seguir ou esperar
Sentar e adormecer
Sem saber o que fazer
Trópico flutuante
Linha de um horizonte
Sentado por aqui
Vendo o tempo passar
As vezes ando, esbarro no vento
Saio a procurar
Meu corpo, calmo e desatento
No mesmo lugar
Uma chuva chegou
Deixo me molhar
Imprevisível natureza
Me ajuda o que fazer
Beleza intangível, sua alteza
O Sol, o mar, a realeza
Que tudo pode mudar
Em qualquer lugar
Sem avisar
Sinto a hora de partir
Já é hora de voltar
Estradas pra seguir
Interseções do nada
Por um instante
Vou em uma direção
E na mesma reação
Mudo de emoção
O tempo apontou
Se eu não voltar
Tenho que continuar