Pra Quem Nunca Ouviu Falar
Fim das estradas de terra batida
E das boiadas ali conduzidas
No velho sertão tantas viagens
E tantas pousadas luz de fogueiras
E noites geladas na vida do peão
Milhões de histórias milhões de lembranças
Uma cruz na estrada que jaz a esperança
De um companheiro que não conseguiu voltar
Quase ninguém lembra que o mundo foi assim
Eu também sei porque alguém contou pra mim
E nessa moda eu quero conservar escrito
Tantas lendas tantos mitos
Pra quem nunca ouviu falar
Fizeram prédios fizeram casas
E o asfalto tomou conta do areião
Era bonito ver a boiada
Hoje só resta ver um boi no caminhão
Fim das estradas de terra batida
E do carreiro gritando na lida
O boi puxando e o carro velho a cantar
Hoje é difícil compreender como era bom
Uma viola um luar e uma canção
E nessa moda quero conservar um pouco
Das paixões de um caboclo
Pra quem nunca ouviu falar