Liberdade

Alfredo Marceneiro, Diogo Clemente

Sombras negras entre os ramos
Tarde fria e nevoenta
No jardim de sermos nós
Não há luz, não nos amamos
Mas a solidão inventa
Alguns sons da tua voz

É por isso que aqui venho
A espreitar p'lo muro antigo
Do jardim abandonado
E dói-me ser tudo estranho
Nem estás melhor só contigo
Nem no jardim a meu lado

Eu sabia que era assim
No dia em que me chegaste e mudaste a vida inteira
Fomos casa e um jardim
Um jardim que abandonaste
E ficou desta maneira

Mas nem sombras, nem o escuro
Vão poder cantar vitória
E ser mais do quе a vontade
De esprеitar p’ra lá do muro
De prender-me a esta memória
E chamar-lhe liberdade

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