Era O Adeus
Era a primeira vez de um corpo são
A chuva amargurada na cortina
Os versos derramados pelo chão
O olhar fundo e vazio de uma menina
Era a neblina morta da manhã
Que Deus não estava em coisa nenhuma
O corpo entre numa noite vã
O mar a ser olhado como espuma
Era o Adeus
A casa grande aonde ninguém espera
Era o Adeus
O frio de um olhar calado
Que dorme do meu lado
Pra dizer que já não vens aqui
Eram mulheres queimadas na fogueira
E cada uma era uma canção
Rezavam todas à nossa maneira
E fomos um pecado em oração
Passaram-se outras coisas entre a gente
No instante de te ter nos olhos meus
Nós fomos isto tudo de repente
No gesto frio e seco de um adeus