Gritos No Silêncio

Fui gerado em um momento de amor e prazer
Mais estou triste, vocês irão me entender
Duas pessoas se amam, se tocam, me tocam
Não ligam pra nada, mas eu vou falar
Que uma delas é um homem irresponsável
E não por acaso, ajudou a me gerar
Sim eu sei, mas não consigo entender
Por que não querem me ver?
Porquê? Porquê? Porquê?

Porque esse mundo tinha de ser assim?
Eu pensei que havia um lugar só pra mim
E um dia ter uma lar, uma família
Ter orgulho de um filho ou de uma filha

Se num ato de amor eu fui gerado
Mãe porque sou tão odiado?

Gritos no silêncio
Ninguém vai poder me ouvir
A voz da inocência
Em tão breve existência
Quais as minhas chances?
E o que vem a mais diante?
O que fiz de errado?
Qual será o meu pecado?

Já estava com um mês de formação
A alegria já batia no coração
Oito meses, pra terminar a gestação
Quando de repente, veio a frustração
Amor estou grávida, e agora?
Agora eu não sei, o
Nós não tínhamos planejado nada disso
O problema é seu..., se vira

Naquele momento, eu não sabia o que fazer
Eu chorava e gritava, me deixem viver
O meu apelo para aquela mulher foi em vão
Gritos no silêncio que situação
Tomou vários remédios, se desesperou
Pensamentos e atos que me machucou
O ser humano nascer morto ou com defeito
Será considerado crime quase perfeito
Ainda estou vivo e inconformado
Agora sim, os meu dias estão contados
Hoje ou amanhã, ou depois não sei
Está próximo ao fim, que não desejei
Duas pessoas decidem o que fazer
E eu não tenho a menor chance de me defender

Se num ato de amor eu fui gerado
Mãe porque sou tão odiado?

Gritos no silêncio
Ninguém vai poder me ouvir
A voz da inocência
Em tão breve existência
Quais as minhas chances?
E o que vem a mais diante?
O que fiz de errado?
Qual será o meu pecado?

Apenas uma chance eu queria ter
De poder te alegrar
Dar carinho a você
Pai, eu faria de tudo pra poder conhecer
As belezas desse mundo

E aí meu amor, tudo resolvido?
Acho que sim
Mas ainda sinto ele mexendo dentro de mim
Não se preocupe mais, porque agora já era

É engraçado que ninguém viu o que você fez
Agora estou esperando, novamente a minha vez
Muitos se foram, antes mesmo de ter,
a mínima chance de poder sobreviver
Nascer, crescer, brincar e ser feliz
Conhecer outras crianças, foi tudo que eu quis
Não brinquei com água
Não me olhei no espelho
Não lambuzei o rosto, não tive esse gosto
Mesmo triste, não posso julgar
Me resta um sentimento, que o de te amar
Mãe, eu te amo mãe
Pai, eu te amo pai

Se num ato de amor eu fui gerado
Mãe porque sou tão odiado?

Gritos no silêncio
Ninguém vai poder me ouvir
A voz da inocência
Em tão breve existência
Quais as minhas chances?
E o que vem a mais diante?
O que fiz de errado?
Qual será o meu pecado?

Gritos no silêncio
Ninguém vai poder me ouvir
A voz da inocência
Em tão breve existência
Quais as minhas chances?
E o que vem a mais diante?
O que fiz de errado?
Qual será o meu pecado?

Gritos no silêncio

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