Rosário
1972
Rosa deu-se pro santo em manto de encanto benzido
Mãe de seio tão farto, sagrada, sincera no seu penteado
Seu mesmo bordado, seu mesmo perdão, sempre seu mesmo perdão
Rosa resvala no tempo, na dor do seu ventre
Seu filho machuca, sua gente a insulta,
Seu povo é seu forte, sem parto, sem cor
Rosa clamando respeitem meu filho, meu parto
Ingrato meu homem, na noite do vício
Deixou seu indício, depois desandou.
(Repete I)
Quem viu sua sorte depois foi réu, foi juiz, pecador
Rosa deitada por terra, florindo a passagem do velho vaqueiro
Olhar curandeiro, rastilho de sangue no tempo ficou
Filhos nascendo sem vida, sem voz, sem abrigo
Na certa esperando que chegue o amigo
Trazendo alegria que só deus gozou
Hoje tem Padroeira, tem festa, tem casamento
Há no jarro, na vala, no altar da igreja, no barro, na sala
Gemido de Rosa ferido de amor, sem vida, sem doador
Gemido de Rosa ferido de amor, sem vida, sem doador
Gemido de Rosa ferido de amor, sem vida, sem doador
Gemido de Rosa ferido de amor, sem vida, sem doador
Letra completada, corrigida e enviada por RUY MAURITY,
a LAURO SOARES DE ALVARENGA.