Quatro Coiotes
Quatro coiotes no quarto de dormir vigiam sua inocência
O mar tem um cheiro forte
Lá longe, ao norte, estrelas cadentes
Frias estrelas cometem tais crimes
Sua inocência é minha
O sono é leve para os animais do deserto
Os caminhantes noturnos
Os andarilhos nômades
O pequeno pássaro retorna ao ninho de cobras
Serpenteiam frios suores
Provocando arrepios de medo e prazer
As dunas de um deserto de loucura e de pavor
Andando os pés em brasa pela cauda do dragão
As duas da manhã a lua uiva de paixão
E nuas odaliscas me declaram seu amor
A brisa não é nada
Os gritos estão longe os garotos na praia
E a areia penetra em cada fresta
Nos olhos ouço um choro de criança
As ruas da cidade são canais de pedra e pó
Venezas afundando em oceanos de cerveja
Belezas flutuando ao ritmo lento das marés
Milhares de mulheres, ócio e ópio nos cafés