Edredon de Seda
Arnaldo Medeiros, Rosa Maria Passos
Insensatamente apaixonada
Cega, tonta e louca por você
Uma mariposa que não pousa
Pois tudo que ousa é lhe querer
Desvairadamente alucinada
Na semiescuridão de um quebra-luz
Como um cisne branco sobre a lama
Eu me dilacero em sua cama
Na fascinação do seu suplício
Vivo a insaciável aflição
De ser desfrutada como um vício
E, me desgovernar nas suas mãos
Os lençóis no chão amarrotados
Gotas de suor no edredom
Nossos risos tão esfarrapados
E a felicidade no colchão
Saia se quiser mas não me obrigue
A amordaçar meu coração
Tente compreender Nelson Rodrigues
Esgote o poço escuro da paixão.