O imigrante

Tantos sonhos são desfeitos
Uma mãe que afaga o peito
Seu filho que vai partir
Pra longe vai o imigrante
Pra outra terra distante
Outro caminho a seguir
Mal ele sobe ao navio
Ao coração dá-lhe o frio
Das saudades que já tem
E olhando o lenço branco
Que se agita vem-lhe o pranto
E acena para ninguém

Nunca mais, nunca mais
A terra há de voltar
Nunca mais, nunca mais
A terra há de voltar

A pouco tempo chegaram
Mas mil anos se passaram
Dentro do seu coração
E aos poucos o desgosto
Deixou mazelas no rosto
E calos na sua mão
Mas manda cartas aos seus
Dizendo graças a Deus
Pelo destino que tem!
Feliz a mãe a recebe
Jamais nas linhas percebe
Que sofre como ninguém!

Nunca mais, nunca mais
A terra há de voltar
Nunca mais, nunca mais
A terra há de voltar

E depois de alguns anos
De esperanças e desenganos
Pela fé foi que venceu
E foi com tanta alegria
Que ele viu chegar o dia
De poder rever os seus
Mas hoje há festa na aldeia
A noite faz-se uma ceia
Pra alguém que vai chegar
Tanto tempo tão distante
Vem de volta o imigrante
Com o coração a cantar

Nunca mais, nunca mais
Sua terra há de deixar
Nunca mais, nunca mais
Sua terra há de deixar

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