O Som do Rio Grande
Pra quem vive na lida de campo
O rangir da carreta é o rebusque do grão
O mugido do gado pastando
Grita o quero-quero roseteando o chão
O estampido do barro, mangueira
Num grito de era de algum domador
É o relincho de um potro domado
No verso rimado de algum pajador
É por isso que me fiz gaiteiro
Serrano e campeiro do sul meu rincão
Vou floreando a cordeona nos dedos
Ouvindo os segredos de campo e galpão
Sou gaúcho e minha gaita se expande
O som do Rio Grande no meu coração
No capão escuto a passarada
Fazendo alvorada pro meu camperear
São acordes que tocam na alma
Qual canto de galo pra gente matear
Bem charrua o vento minuano
Refrechando o pala qual fole furado
No churrasco o angico estourando
E a chaleira chiando um mate bem cevado