Periferia Vive
Periferia vive aqui resistência de tempo
Vamo pra rua é guerra agora, é só lamento
Vidas negras importam aqui, e em todo canto
Vamo pra rua vamo, vamo pra rua vamo
E taca fogo alarma memo incendeia essa porra
E quando o morro desce é poucas você que corra
Revolta nossa, povo acorda pra cima titio
Vários nossos por ai, de granada, fuzil
Temos olheiros temos, em cada esquina
E monitoramento 24 por dia
Horas em jejum isso nós tira de letra
Barriga ronca, só que ronca mais a escopeta
Foi de bereta o ato e forte nossa consequência
Nossa resposta ao golpe chora ponto. 50
Periferia vive e vivemos pronto pra guerra
Tem armamento bélico soldados na trincheiras
Várias 'Mariele' aqui presente
Vários pai dos pivete aqui ausente
Vários 'Mariguella', na disposição
Vários filhos do gueto aqui de fura na mão
É contra ataque, atacar, defesa e revide
Salve tá salvo, e óh o parça vários salve dos 15
Periferia vive, comércio lucro estima
Melhor funcionário em destaque; Cocaína!
Inala fumaça mas sem arrego os nego com medo
Já não existe mil zicas de adaga, mil 'Rafaels 'Braga
A praga não sorri e range os dente
Os coxa viu sembrante gelou, o bonde é quente sai da frente
Cordiais não mais rivais sim nos humilharam por poder e din
Revolta com tanta fossa aberta nossa volta aumenta
Escolta solta o passe vai pra tras nem tenta
Tem temperamos nosso ódio hoje com spray de pimenta
Arrebenta mil, dois, vilão virão com coração mais frio
Buscando pé de 'Playmobil' pano pra manga
Cavera que peita tropa é atropelado e borra a tanga
Mil fitas chata pra cobrar de itaquera até fundo la do 'Iporanga'
Barricada, coquetel gosto de céu é tudo nosso
Que surge um mundo novo do confronto e dos destroços
O caos chamando atenção bruto, contrário tentamos de tudo
Infelizmente voz do povo é modo mudo
Sobrevivente da guerra diária quem tá na arena sabe
Que a palavra pesa e reina, e o silêncio aqui é a chave
Periferia vive sim mas não aguenta mais
Tem que ser ponto aço pra resistir ao algóz
Zona de risco, fundão da sul, cria da viela 13
Vi e senti, o aperto do peito após pipoco no beco
Quem nunca chorou por alguém, confundido na linha do tiro
Não entende bem, compaixão nunca tem e os botas segue aplaudidos
O combate ao tráfico por medalhas, ações de fachada, sem escala
Quem domina a parada não dá a cara
Menores no 12, carrega no peito a responsa de quem nunca viu
Esconde o fuzil, na invasão escapou por um fio
Os cães farejadores não sentem cheiro da elite
Que comanda esse sistema e marginalizam as vítimas
São farinha do mesmo pino, transportados pela 'FAB'
E a conta disso invade os morros, de onde vem nunca se sabe!
Vidas são apenas números o que importa é só o cifrão
Levanta a bandeira preta para o luto da nação
E da periferia que vive e sobrevive em meio ao holocausto
Fogo na babilônia, que o verbo nos honre e protejam os nossos
Periferia vive aqui resistência de tempo
Vamo pra rua é guerra agora é só lamento
Vidas negras importam aqui e em todo canto
Vamo pra rua vamo, vamo pra rua vamo
Periferia vive aqui resistência de tempo
Vamo pra rua é guerra agora é só lamento
Vidas negras importam aqui e em todo canto
Vamo pra rua vamo, vamo pra rua vamo