Ninguém Toca No Meu Beco
Não consigo respirar, é mais um grito de socorro
E o mundo em silêncio concorda com quem está me sufocando
O sangue já derramado é o mesmo que corre em minhas veias
São gritos de rebeldia, ninguém toca no meu beco
Meliantes fardados, praticam torturas
E seguem honrados, seus filhos de Ustra
Aí doutor pega sua piedade, e enfia no
Volta de ré, o que nóis quer, é a liberdade do povo
Viver do bom e do melhor, poder usar importado
Sem tomar tapa na cara, sem crime forjado, asfixiado
Querem ter paz pra sentarem no portão
Sem ter corpo perfurado ou ser taxado de ladrão
Esteriótipos, correntes invisíveis
Grilhões aprisionando, quem devia ser livre
A história é escrita, com tintas de preconceito
Até hoje, direitos humanos têm cor e endereço
Arromba as trancas do portão dessa sociedade
Minhas palavras de fogo, falam por cada vida apagada
Enquanto o Sol que é pra todos não chegar
A militância aqui do beco não vai parar de lutar
Somos rua, somos beco, favela, somos gueto
Ninguém toca no meu beco
Pela luta, pelos preto, pelos pobre, por respeito
Ninguém toca no meu beco
Somos rua, somos beco, favela, somos gueto
Ninguém toca no meu beco
Pela luta, pelos preto, pelos pobre, por respeito
Ninguém toca no meu beco
Oração matinal na capela mãe que joelha e apela
Pede fim do caos na favela paz em beco e viela
Vi ela a viatura circulando no asfalto
E o nível de ódio dos puto muito alto
Fogos pro pro alto na laje menores na função
AK pro alto muito revoltado e munição
Estacas no caminho blindado que traz a morte
Fogo no coquetel já não contamos com a sorte
Chumbo trocado não doi conflito que não faz herói
Sem casinha, pomba branca, casas na tranca
Na sala crianças ao chão, sangue, aflição
Quis se proteger dos tiros vários furos na mão
Paredes parecem queijo 'Suíço' só buraco
E os corpos dos inimigos deu sumiço, foram fraco
Poder público versus Paralelo
A qualquer sorte como pode pobre monta seu castelo
Sem comoção nacional pra quem tomba nos beco
Sistema planta o ódio mais um corpo, esterco
Me perco nesse tempo muito tempo sonhando com a melhora
Diplomacia pra evitar conflito, foi embora!
Somos rua, somos beco, favela, somos gueto
Ninguém toca no meu beco
Pela luta, pelos preto, pelos pobre, por respeito
Ninguém toca no meu beco
Somos rua, somos beco, favela, somos gueto
Ninguém toca no meu beco
Pela luta, pelos preto, pelos pobre, por respeito
Ninguém toca no meu beco
Revolta esta no meu flow na massa que cola no show
As minoria são maioria do povo que o beco formou
A força que vence a luta é a cura na sociedade mais justa
Verdade é pura e crua nada se muda se for insegura
Vamos marchar antes que não possa respirar
Antes que seja arrastado e desfigurado pra não te achar
80 tiros, 111 tiros e um silêncio absurdo
Montamos um congresso que finge de morto, se faz de surdo
A postura não mudo não me iludo enquanto meu povo tá de luto
Absurdo absurdo acabo com tudo a volta da Ai 5 é insulto
Documentos foram arquivados mais corpos foram encontrados
Quem matou Mariele Franco, franco atirador foi silenciado
Não tenha medo seja ligeiro a voz ecoa desde cedo
Contra violência doméstica, genocídio do povo negro
Vamo pra rua é o levante vamos pra luta nóis é gueto
Luna Rabette, RC... Ninguém toca no meu beco
Somos rua, somos beco, favela, somos gueto
Ninguém toca no meu beco
Pela luta, pelos preto, pelos pobre, por respeito
Ninguém toca no meu beco
Somos rua, somos beco, favela, somos gueto
Ninguém toca no meu beco
Pela luta, pelos preto, pelos pobre, por respeito
Ninguém toca no meu beco