Deixa O Menino Brincar
Deixa o menino brincar de ser gente grande, o mundão é gigante,
O perigo é constante, o jogo é alucinante, tem que saber chegar.
Deixa os meninos brincar...
Deixa o menino brincar de ser gente grande, o mundão é gigante,
O perigo é constante, o jogo é alucinante, tem que saber chegar.
Deixa os meninos brincar...
Deixa os meninos brincar de fazer rap, rimas, shows,
Entrevistas, nos palco da vida, compor poesia.
Se é assim que eles quer, quem é nós pra julgar?
Deixa os meninos brincar.
Me avisaram pra chegar no sapatinho.
Porém, mal educado, enfiei os pé na porta.
Desde bem cedo o meu sonho bandido,
Por que não meus queridos? Era ver o capotar da ROTA.
O Sistema entra em choque, porque loki nós não somos.
Tomamos de assalto Rede Record, Band, Globo.
Volta e meia cês vê um de nós na TV,
Tentando até ser, vou dizer. Por que não? Razoável.
Mas no fundo, pra ter, nossa voz tem que ser,
Por que não? Vou dizer. Implacável!
Porque tentam deturpar nossa imagem.
Associar nossa ética e a favela á bandidagem.
Deixa os meninos brincar de fuzil, de red, na praia de jet,
Um milhão de mulheres, a pistola faz cleck, pra pilantra é cheque.
Outra mãe vai chorar.
Né, meu povo?! Pobre louco sonha assim.
E quando acorda já tá lá em Avaré, porque aqui neguim!
Bem precoce conhecimento do fim.
Muitas vez os meninim esquece até de andar com fé. Hehe!
Ô titio, não me leva a mau nego.
Mas nós sabe na moral, e no fundo sabe mesmo,
Como aqui o chicote estrala pra sobreviver no gueto.
Porque acima de tudo que vale é o respeito.
Deixa os meninos brincar, os moleques bom tão,
Na rua preparado pra missão.
Eles querem, porque querem sempre nos rotular de moleque.
Mas até hoje festivais campestres, SESI’s.
Nossa trilha sonora causa impacto, e como pacto,
Somos mais que fiéis soldados, carai!
O crime cobra. –Ei tru, não esquece.
Na rua tá foda, mas mesmo assim carece
As ideias de mil grau na periferia, né parça?!
Cadáver que cês fale enriquece as comarcas.
Ladrão nas trancas tem a mente mais triste.
As palavras conforta em pleno Apocalipse.
Hei, hei! Deixa os meninos brincar.
Lá fora milhares de dólares pra gastar.
Enquanto aqui, nem se quer, temor a nossa própria voz.
Só discursos inflamáveis com versos a Saddan,
Obama, Bin Ladden, Marcola, Dilma, Lula.
Faixa de Gaza, Capão Redondo, Cuba.
Loucos de toucas e camisa xadrez.
O estilo que faz político aprovar leis.
Sei que o manifesto muitas vezes é louvável.
Somos mais que meros terráqueos.
Chuva ácida que faz o jardim florescer.
Muitas vez também traz amargura ao amanhecer.
Enchentes, barracos soterrados, famílias de luto
E o evangélico que prega no púpito.
Irmão, o Mundo é jaz do maligno.
Ninguém chega ao Pai se não através do Filho.
Hanh, hanh! Deixa o menino brincar.
Enquanto há tempo pra sonhar.
Deixa o menino brincar de ser gente grande, o mundão é gigante,
O perigo é constante, o jogo é alucinante, tem que saber chegar.
Deixa os meninos brincar...
Deixa o menino brincar de ser gente grande, o mundão é gigante,
O perigo é constante, o jogo é alucinante, tem que saber chegar.
Deixa os meninos brincar...