A Mulher e o Trem
Mocinha dos dezessete
Que anda pintando o sete
Começa a namoração
É trem sem hora marcada
Correndo na disparada
Com farta de lotação
Às vez tem pressão demais
Outras vez farta pressão
(Muié dos seus trinta)
Muié dos seus trinta ano
Que já teve desengano
Ficou noiva e não casou
É trem que saiu lotado
Na reta deu resurtado
E na subida parô
Esse é trem que teve força
Agora farta vapô
(Muié berando os cinquenta)
Muié berando os cinquenta
Que quase não aparenta
E passa bem disfarçada
É trem que já correu linha
Com máquina pintadinha
Agora tá reformada
A carga quando é demais
Esse trem não puxa nada
(A muié namoradêra)
A muié namoradêra
Casada diz que é sortêra
Enganando a mocidade
Esse é trem que sai do trio
Quando entra no desvio
Com muita velocidade
É trem que tem maquinista
Mas não tem capacidade
(Vamo arrematá, cumpadre)
A gente pensando bem
A muié é como o trem
Em todo o ponto de vista
O trem faz o itinerário
Ele só chega no horário
Quando tem bão maquinista
Se a muié não andá direita
Isso é curpa do foguista