Crônica Maldita Da Saudade
Ela vem sorrateira e castiga
Bem companheira, corrói e mastiga
Intriga e dói, dói na alma porque desliga
Você de algo que seu coração 'inda abriga
É tipo, ir embora ou irem embora, ora
Só que o mundo é tão grande lá fora
É egoísmo seu querer alguém pra sempre do seu lado
Esse é o final do filme que deixa seu olho marejado
Eu mesmo já protagonizei tantos finais que sei
Essas idas e vindas me tornaram expert em despedidas espere
Por mais calejado que eu seja, ainda fere
Reles, mortal, zeles pelo que tem na mão
Minha vida é andar por aí igual Gonzagão
Vivão, só trago uma denúncia em tom de queixa
Essa maldita saudade que não me deixa
Essa maldita saudade que não me deixa
Essa maldita saudade que não me deixa
Ela, aperta o peito, vela, põe no leito
Sela, um nó que num pode ser desfeito
Ela, causa efeito, gela, que despeito
Trela, põe marmanjo pra fazer tudo do jeito dela
Viu? Onipresente
Vai, com quem partiu e geralmente
Quem fica também sente
Um vazio que escraviza
É a presença de tudo, menos daquilo quem você mais precisa
É a passagem de volta antes mesmo da ida
A mensagem não lida, a ligação perdida
A direção divida na mente
É bonito na teoria mas na prática é bem diferente
Entende? Combustível só pra quem já viveu
Difícil escapar, mesmo sendo tão previsível
Saudade, lá vem a fera que devora
Quem me dera, pudera eu matá-la agora
Essa maldita saudade que não me deixa
Essa maldita saudade que não me deixa
Olha essa saudade
Que devora, e que deflora
O meu coração, dói maltrata
Desarvora, é sem compaixão
Estremece e que machuca
Causa mesmo uma devastação
Traz revolta e as vezes tédio
Também muita mortificação
Acarreta sofrimento deixa um
Mar de solidão quanta devagostenia
Que tormenta que desolação
Maldita saudade
Maldita saudade
Maldita saudade
Maldita saudade