Globo
[Verso 1: Zulu]
Observa este mundo, a profunda realidade
E tudo que no fundo venda os teus olhos, puto
Num minuto captei isto
Fica o visto no meio disto
O nosso povo é submetido a uma rotina que nos mata
É só trabalho casa
Casa trabalho, mais nada
Dois dias para descanso e uma TV que nos formata
Puto capta num ecrã
Informação é limitada
Programas são distração para a tua mente quadrada
E tu não vês, andas tapado
És escravo, [cassula?]
Que alimenta este sistema
Enquanto vemos na rua
Juventude desmotivada, adormecida sem uma
Rota pré-definida para a vida e a mente na lua
Há quem morra, há quem mate
Há quem corra, há quem pare
Há quem foda, há quem pape
Com isto tudo que se passa
A boa goma, há quem passe
Porque há quem nesta praça
Se iluda e acaba na ressaca ou na traça
[Refrão]
O mundo gira
Em torno de quem tudo tem
Quem nada tem fica no mesmo
Ciclo de vida, à pala de quem
Engorda bem sem dar satisfações a ninguém
Poder, corrupção
Falta a revolução
Em frente com a nossa gente, traz a tua
Sai de casa então, desliga a televisão
A manifestação é feita na rua
[Verso 2: Relax]
Entre paz e guerra, dívidas e lucros
Pobres e ricos
Adultos e putos
Entre a espada e a parede
O conflito e o sossego
O stress, a rotina que te leva a viver com medo
É assim entre bons e maus que a esfera se encontra
Entre quem recebe e quem luta
Para poder pagar a conta
Entre sonhos e pesadelos, vidas reais
As quais, algumas delas vão vivendo como animais
O mundo é dividido
Pelo bem e pelo mal
Pelo amigo e o indivíduo que te odeia tal e qual eu odeio
A falta de respeito dos patrões pelo povo
Mudam-se tempos mas não se mudam as regras de jogo
A diferença dá-se entre somas e subtrações de valores
Entre religiões, partidos, estatutos ou cores
E assim fica tudo dividido entre tudo
Nós continuamos a falar pelo povo que ainda é mudo
[Refrão]
O mundo gira
Em torno de quem tudo tem
Quem nada tem fica no mesmo
Ciclo de vida, à pala de quem
Engorda bem sem dar satisfações a ninguém
Poder, corrupção
Falta a revolução
Em frente com a nossa gente, traz a tua
Sai de casa então, desliga a televisão
A manifestação é feita na rua
[Verso 3: Bellucci]
O mundo em que eu vivo
É feito de extremos, sabes disso?
Dos que se matam para o lucro, dos que não fazem um piço
Eu passo por isso
Em troca de alguns papéis, segunda a sexta
Todas as semanas das oito às seis
Fazem-te achar que o que fazes
É sempre pouco, é a tática
E não és gente, és uma peça que faz mover a máquina
Dá para quem se mata um euro e para quem não um milhão
Porque ele não é como tu
O nome dele é patrão
E enquanto não houver quem os ponha um travão
Estão mais a cima e tu cada vez mais no chão
E como se não bastasse
Há gente a olhar para montras
À pala de subsídios para os quais és tu que descontas
A crise é desculpa para fracos desistirem
Para portas se fecharem
Para falências existirem
Enquanto isso, és mais um boneco maleável
Nas mãos de quem não se chateia
De vida confortável
[Refrão]
O mundo gira
Em torno de quem tudo tem
Quem nada tem fica no mesmo
Ciclo de vida, à pala de quem
Engorda bem sem dar satisfações a ninguém
Poder, corrupção
Falta a revolução
Em frente com a nossa gente, traz a tua
Sai de casa então, desliga a televisão
A manifestação é feita na rua