Ao meu Redor
Cada vez que eu paro e observo algo pior
E cada vez que eu olho vejo muita merda ao meu redor
Eu vejo a frente do meu tempo mas não compreendo
E quando eu tento não entendo porque ainda estou cedendo
O que importa de agora em diante é que eu sinta minha vida como a nova chance
Não tão distante e até talvez errante quem é que me fode se eu peço a revanche?
Cante f2l se levante é nova era anunciada
Mais um novo tempo de tentativas renovadas
Quem sabe se uma dia dá certo quem sabe eu desperto e acordo pra vida
Quem sabe até você encontre a verdade que está escondida
Me diga, porque eu pareço ser o único a esperar pelo melhor
Se eu sei que os outros não acreditam então não sei qual o pior
Prefiro manter-me por cima, fazer minha parte através do meu som
Porque esse é meu legado eu não me importo se não achar bom
Não fico parado esperando uma oportunidade
Preciso manter, amadurecer é tão difícil nessa cidade
Porque se for aprender na rua as coisas são complicadas
A vida te pega de surpresa todas as portas ficam fechadas
O tempo inteiro até que você aprenda a pular o muro e fugir disso tudo
Hoje em dia já não me iludo
Cada vez que eu paro e observo algo pior
E cada vez que eu olho vejo muita merda ao meu redor
Eu vejo a frente do meu tempo mas não compreendo
E quando eu tento não entendo porque ainda estou cedendo
Como num filme de gangues de violência perdi minha adolescência vendo
Mas tudo que vi na minha frente até agora não compreendo
Entendo, que é tão difícil seguir o caminho do meio
Mas sem receio, meu devaneio é tão real que eu vejo o ambiente feio
A minha volta eu vejo uma cidade em contraste o tempo todo
Não importa quem é você, te passam o rodo
Te jogam no esgoto é o fim do jogo sua vida acaba de acabar
Rio de janeiro você não perde por esperar
Filhos do paraíso aqueles que vivem no meio da selva de asfalto e concreto
Nenhuma regra é respeitada, a lei do silêncio é o único decreto
E é melhor ficar na atividade
Eu sei o que eu tô falando não sou nenhum santo aos vinte de idade
Nessa cidade é que eu vivo entre o morro e o asfalto desde criança
Me falam da paz, mas ela é só uma lembrança, da esperança
A maioria da minha idade não pensa o mesmo que eu
Será que o destino me escolheu o será que o futuro é que me fudeu
Eu? um anjo caído vivendo no inferno do mundo real
Aqui as águas de março chegam em janeiro mas param no carnaval
E na quarta de cinzas não se ouve mais um sussuro
O rio de janeiro continua lindo o povo desse rio continua burro
Porque olho pra essa vida e vejo a mesma distorcida
Quantas memórias perdidas quantos tantos becos sem saída
Tantas perguntas que ecoam por lugares onde nunca percorri
Então quem é que vai me ajudar se um dia eu quiser fugir daqui
Apenas me responda quem pode me responder
E eu quero ver quem vai dizer quem é o próximo a perder
Eu tenho uma interrogação e eu quero que alguém responda
Quem é que vai se importar se um belo dia eu for pego na ronda
Apontado com a ponta do cano direto no crânio justiça de ferro
Já não me importa, não te importa o que me importa é que eu me ferro
Se não tiver sorte e porte de armas e habilidades especiais
É melhor me preparar pra guerra se eu quiser achar a paz
Cada vez que eu paro e observo algo pior
E cada vez que eu olho vejo muita merda ao meu redor
Eu vejo a frente do meu tempo mas não compreendo
E quando eu tento não entendo porque ainda estou cedendo
(eu não consigo entender porque ainda tô cedendo a essa porra toda,
Rio de janeiro, violência, banalidade, futilidade o tempo inteiro nessa porcaria
Hipocrisia... sobra merda e falta esperança!)