Insônia
Baldes de café, cigarro, distração
Papeis no chão, nenhuma inspiração
Lá fora os prédios vão me sufocar
E aí São Paulo parece gemer
Ouvir dizer que hoje chove
Chega a noite a gente pode morrer
Depois das três o mundo não é mais
São quatro horas e eu não fico em paz
Da sala ao quarto parece demais
Nem as paredes querem me ouvir
Daqui a vista não vai longe
Não tão longe quanto eu ando de mim
Será que é sempre assim?
A gente é tão normal
E é tudo tão igual, tão real, tão banal
Do começo ao fim
Ligo a TV, passo outro café
Pra tentar levantar um pouco do sofá
Trabalhar, me aguentar de pé, sei lá
Vou viver de esperar as contas pra pagar
Viver desesperar
E as contas pra pagar...